Por que a manjedoura e não o palácio?
“E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem”. Lucas 2:7
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Por Cláudio Martucelli
No pequeno país de Israel, todos esperavam pelo prometido desentende do rei Davi, nas Escrituras Sangradas o Rei prometido é chamado pelos profetas por vários codinomes, adjetivos e características. Maravilhoso Conselheiro, Príncipe da Paz, Emanuel, O Messias, Deus Forte e, O Salvador, são alguns dos nomes atribuídos a esse desentende tão esperado do rei Davi.
O povo judeu (israelense) passou por vários problemas e adversidades em sua história, viveram no cativeiro babilônico e sob o domínio dos impérios, medo-persa, macedônio, selêucida (requício do poderoso império de Alexandre), e do romano, foram séculos de muito sofrimento e opróbrio. Nesse espaço de tempo houve várias revoltas e rebelião, na fâ de alcançar a liberdade e independência desses impérios. Uma revolta muito conhecida no período selêucida foi à promovida por Judas Macabeu, filho do sacerdote Matatias, mas, o fim foi sua morte em combate e a opressão do seu o povo.
Durante séculos o povo judeu orou e clamou a Deus pelo Rei que libertaria Israel do jugo pagão e restauraria a sua dignidade. O tempo passou e com ele vários imperadores, até que no ano 4 A.C*, nasceu JESUS. Quando Jesus nasceu o território israelense estava sob o domínio do Império Romano.
Apesar das Escrituras Sagradas nos revelarem como seria o reino do tão esperado descendente de Davi, o povo judeu esperava um rei que enfrentasse belicamente os imperadores e através do fio de sua espada subjugasse todos os seus inimigos e adversários, portanto, esperavam um reino poderoso, mas com a mesma essência e características dos demais. Esperavam um Messias palaciano, nascido entre os poderosos, e por obvio, tivesse influencia e poder sobre a elite real. Estavam enganados!
No capítulo dois do Evangelho de Lucas, encontramos a maravilhosa história que narra o nascimento do descente de Davi, o Filho de Deus, Jesus Cristo. Mas, vou me ater ao verso sete deste capítulo, portanto, Lucas 2:7 que diz “E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem”. Aqui o evangelista Lucas relata que “não havia lugar para eles na estalagem”, por isto José acomodou sua esposa com dores de parto em um estábulo para animais.
Como muita gente estavam em viagem devido o censo imposto pelo governo, às estalagens, que equivale aos hotéis, albergues, pousadas e hospedarias, estava cheias de viajantes. Na época, o principal meio de transportes era o animal (cavalos, mulas e bois), os estábulos equivalem aos estacionamentos, era uma espécie de curral com cobertura reservado para os animais dos viajantes, de modo que toda estalagem tinha ao lado um estábulo. Pois bem, quando José e Maria chegaram naquela cidade a estalagem estava cheia e não havia lugar para eles, mesmo com Maria em dores de parto, ainda assim fizeram pouco caso da situação.
Aflito por ver sua jovem esposa em serviço de parto, José não teve escolhas, acomodou Maria ali mesmo no estábulo, onde deu a luz ao tão esperado descendente de Davi, o libertador de Israel, o Deus conosco, Jesus o Rei Eterno. Perceba que não havia lugar para Jesus naquela casa, aquele povo não percebeu que estavam recusando o seu Salvador, fecharam a porta para o libertador de Israel, virando às costas para o Emanuel, o Messias.
Minutos depois do nascimento, ali perto alguns pastores receberam a visita de hostes celestiais que jubilavam com a Boa Nova do nascimento de Jesus, em seguida os pastores, orientados foram até aquele estábulo e visitaram o recém-nascido descendente de Davi. Horas depois, os três reis Magos do Oriente chegaram naquele estábulo, e prostrados diante do menino Jesus, lhe ofertaram Ouro, Incenso e Mirra. O Ouro era presente para um rei, o Incenso era presente para um sacerdote, e a Mirra é presente para um profeta. Portanto, esses presentes eram representativos e por si só, revelava a importância daquela criança sobre a manjedoura.
Cabe destacar que antes dos três Magos chegarem naquele estábulo, eles foram para o palácio do rei Herodes à procura do recém-nascido rei de Israel, Jesus. Observo que eles também esperavam que o descendente do rei Davi fosse um rei palaciano, caso contrário não teriam ido até Herodes. Assim como o povo judeu, eles acreditavam que Jesus nasceria na corte real e se tornaria um grande e poderoso líder militar, instruído na Lei de Moisés e nas ciências, estrategista e temente a Deus.
Jesus não foi palaciano por que seu reino não é deste mundo, como bem profetizou Daniel, seu reino é eterno por que “...o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre”. Daniel 2:44.
Caros leitores, como o povo judeu não recebeu Jesus como seu Libertador e Rei, (até hoje estão esperando o Messias), ao longo da história Jesus fez, e faz morada em milhões de corações arrependidos em todo mundo. Atualmente, considerando as ramificações ou todas as subdivisões do cristianismo, os que se declaram cristãos são mais de 2,300 milhões de pessoas no mundo. Portanto, entre os gentios, Jesus sempre encontrou um lugar para pousar.
Entretanto, seria muita ingenuidade e até ignorância, não reconhecer que nas ultimas décadas o cristianismo vem sofrendo ataques sorrateiros e muitas das vezes de dentro para fora. Verdadeiros “cavalos de Tróia” que vem escancarando as portas e ocupando o lugar de Jesus em sua estalagem com um kit de heresias e abominações. Muitos até afirmam que Jesus continua em suas estalagens, mas a verdade é que o Filho de Deus, o Cristo Amado sempre esteve no estábulo dentro da manjedoura.
Outros até receberam Jesus em suas casas, entenda coração, viveram com Ele por muito tempo, mas, aos poucos foram seduzidos pela comodidade e facilidades ofertadas pelo mundo, e, sem perceber acabaram expulsando Jesus de suas estalagens, entenda vida. Não havia lugar para Jesus!
Há 2,024 anos atrás, fecharam as portas das estalagens para o menino Jesus, reservando-lhe uma humilhante manjedoura dentro de um estábulo. Hoje, 25 de dezembro, muitos sequer falam em Jesus, antes, comemoram o dia do “Papai Noel”, da “Arvore de Natal”, celebram a vinda de um personagem pagão que vem em um trenó puxado por renas, carregando um saco de presentes nas costas. Esqueceram a mensagem dos anjos, esqueceram a importância do nascimento de Jesus.
Ou seja, trocaram o Cristo que carregou a cruz pesada para pagar os pecados dos que não merecem por um Papai Noel que carrega um saco de presentes para presentear quem merecer. Inverteram tudo e Jesus continua lá na manjedoura, pois, não havia lugar para Ele na estalagem.
Lamentavelmente, muitas dessas coisas foram introduzidas no “cristianismo” com permissão, conivência e até com a benção dos líderes eclesiásticos, Papas, Bispos, Padres e Pastores serão responsabilizados. Não apenas por esse dia criado por comerciantes, e com intuito unicamente financeiro, mas, pela distorção da mensagem pregada pelas hostes celestiais aos pastores de ovelhas, que diz “E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. Lucas 2:10,11.
Por isso a manjedoura e não o palácio. A cruz ao invés do saco, o jumentinho ao invés do trenó puxado por renas. Por isso afirmo categoricamente, Jesus jamais será Noel!